O cidadão
Posted by atrida em Quinta-feira, Julho 17, 2008
Talvez por (insensatamente) achar que Portugal tem salvação, nunca me refiro com desdém a “este país”, mencionando antes “este regime”. Mas também reconheço que isso é redutor, pois se um regime hediondo se vai mantendo deve-o seja à estupidez, seja ao conformismo, seja à desonestidade dos que habitam o país.
A revolução francesa criou o “cidadão”, figura abstracta plena de direitos teóricos e vítima da ditadura prática da democracia, que ostraciza todos os que a ela se opõem. Vítima também do desenraízamento, limpo que foi o seu passado histórico e reescrita a gesta dos seus antepassados, de modo a legitimar mais facilmente a república dos cidadãos.
Ao fim de gerações, os cidadãos estão inoculados mentalmente com o vírus da verdade oficial, apatetados pela lavagem cerebral permanente a que são sujeitos. E, em consequência, completamente incapazes de reagir a um regime hediondo – precisamente por que não o vêem como tal. Tal como Winston Smith, amam o Grande Irmão, “reconhecem” que a democracia é o menos mau dos regimes e seguem com a sua vidinha.
O cidadão é o escravo perfeito.
Demokrata said
Excelente texto! Está tudo lá!