Adeus
Posted by atrida em Domingo, Fevereiro 8, 2009
Motivos pessoais (familiares e profissionais) e um extremo cansaço, aliado a um cada vez maior desinteresse pela sórdida actualidade que vai corroendo o pouco que resta de valores sãos necessários a um mínimo de convivência entre os seres e de decência na actuação pública, levam-me a terminar este blogue. Cansaço também pelas tricas intermináveis entre os que denunciam este estado de coisas e na prática dão um exemplo semelhante – apenas situado noutro quadrante ideológico. Cansaço pela amálgama que essa oposição suposta constrói com referências contraditórias, num pout-pourri indigestíssimo.
Ficam quatro anos de intervenção em diversos blogues, em algumas revistas (digitais e em papel) e a certeza de que nesta vida mais vale caminhar só ou acompanhado com poucos que embarcar em aventuras colectivas mal amanhadas e votadas ao fracasso.
Os meus exemplos blogosféricos (uns mais que outros, naturalmente) estão aí, na coluna da direita, a aguardar a vossa merecida e regular visita.
Nestes anos aprendi muito, conheci autores importantes. E ganhei alguns bons amigos. A amizade verdadeira não se perde e é com essa satisfação que imprimo a este espaço um ponto final.
Um grande abraço a todos.
Vítor Ramalho said
Permita-me que lhe diga que faz muito mal. O seu blogue tornou-se uma referência para todos nós. Não nos abandone por que todos somos poucos nesta luta.
euro-ultramarino said
Caro Amigo,
A sua intervenção é necessária e todos contamos com ela. Diminua, caso necessário, a frequência dos textos, mas não deixe de dizer da sua – da nossa – Verdade. Por favor reconsidere.
Um abraço.
Å said
Nem pensar. Tira umas férias e volta com as forças renovadas.
Agora que isto está a aquecer, todos somos poucos.
😉
Carlos Portugal said
«Nem pensar. Tira umas férias e volta com as forças renovadas.
Agora que isto está a aquecer, todos somos poucos.»
Nem mais. Força!
Cristina Ribeiro said
Sinceramente vou sentir-lhe a falta- se não reconsiderar- porque, como já tive ocasião de lhe dizer, há muitos pontos com os quais me identifico, e quando tal não acontece, gosto sempre da escrita escorreita, e de ler outras opiniões, quando bem apresentadas, como é o caso…
Escarapão said
Será uma perda difícil de colmatar.Desejo que as coisas corram pelo melhor e que a vida permita um regresso às lides blogosféricas, seja cmo esta ou outra roupagem qualquer.
Um Abraço
Gonçalo R. said
A área nacional ficará mais pobre… eu sentirei falta das palavras cuja voz já tem muita maturidade nestas coisas… como doutrina(convenhamos que este e os outros blogs que disponibilizou também o são), penso que a extinção de uma voz que se quer ouvida, vai ser uma enorme perda para os mais jovens que como eu o lêem, mas ainda não se sentem capazes e dignos de seguir o seu exemplo!
Um Forte Abraço… e até já!
JSarto said
Caro amigo, se bem te conheço, quando começa e como se vai chamar o teu próximo blogue? 🙂
Optio said
Já te contei a história que a minha falecida avó me contava sobre os pitos (frangos) da t’i Nazaré?
A t’i Nazaré tinha um galinheiro avantajado e galinhas famosas mas um dia aconteceu o pior, a doença tinha-lhe dizimado todo capoeiro.
Quando inquirida por uma vizinha sobre os pitos, ela respondeu – D’um a um fodam-se todos!
Moral da história: nenhuma! – O problema é que a t’i Nazaré era belfa a falar e trocava os rr pelos dd.
😉
Mário Martins said
Caro Atrida, um Até Breve. Que seja apenas um “interregno” na Viagem.
Abraço.
Mário
DB said
Caríssimo,
O que conta é a amizade.
Um grande abraço.
Maria said
Mau, mau! Olhe, ontem quando li este seu ultimato… fiquei sem palavras! Era porém demasiado tarde para lhe deixar umas linhas. Aqui vão elas.
Mas então AGORA, NESTE preciso ANO, em que há que travar uma luta sem tréguas com esta matilha de capos, é que diz que vai abandonar o destacamento dos Bravos, dentre os quais se posiciona honrosamente como um dos primeiros? Será possível?! E logo neste que se perspectiva como o ano de todas as batalhas?!?! Não posso nem quero acreditar. Quer-me cá parecer que os ‘desistentes’ já começam a abusar da paciência dos seus fiéis leitores… aproveitando as palavras de um excelentíssimo autor de um Blog, relativamente a um não menos excelente (e infelizmente bastante ausente) BOS.
Na nossa insignificância, nós, os leitores/comentadores, a que se une uma mão cheia de prestigiadíssimos autores, tentamos quase diàriamente com uma determinação sem limites derrotar o inimigo. Nós e Vós, os indefectíveis, só temos a blogosfera como único campo de batalha. Os portugueses, os genuínos, ainda não se deram conta do perigo que corre Portugal. Mas mesmo os que têm perfeita consciência disso e são muitos milhares, talvez milhões, não possuem a arma-blogosfera para travar esta luta desigual. Nós, os que a temos, não podemos abandoná-los sob pena de traição. Todos os que aqui travamos esta batalha em defesa de Portugal, somos heróis e simultâneamente náufragos desesperadamente à procura de um porto d’abrigo. Tentamos encontrá-lo por todos os meios e consegui-lo-emos se permanecermos unidos. Sem desfalecimentos nem desistências. Infelizmente no meio desta tremenda tempestade, há sempre um ou outro que vai abandonando o barco deixando os companheiros cada vez mais isolados, completamente à deriva. A força e o animo de todos e de cada um, só se mantêm quando provêm da inquebrantável união do grupo. Temos extraordinários exemplos de sacrifício, valentia, bravura, abnegação e amor à Pátria na história antiga e recente dos países e especialmente do nosso, que nos levam às lágrimas. Sempre que pensarmos em desistir lembremos os gloriosos feitos desses Homens e Mulheres e curvemo-nos perante a sua memória. Eu penso Neles e Nelas todos os dias.
Desculpe que lhe diga mas este gesto nem parece seu. Os heróis nunca desistem, mesmo debaixo de fogo e o Senhor é um Herói. Só a morte os pode impedir de lutar. Foi para eles que o nome HERÓI foi inventado e é assim que permanecerão na eterna memória dos povos e na História dos países. Os heróis da nossa blogosfera não serão a excepção. Com efeito eles já são os novos Heróis de Portugal. Através de páginas imperecíveis, que dia a dia vão registando na blogosfera para glória de Portugal, estes novos escritores geniais ir-se-ão “da morte libertando”. E como portugueses Imortais, serão pelos vindouros para sempre recordados.
Faço minhas as palavras do Digníssimo JSarto: quando é que que vai recomeçar a escrita e qual o nome do seu próximo Blog?
Maria
Johnny Drake said
Camarada, espero que seja apenas uma breve paragem, para um bom descanso e para um recarregar de baterias.
Saudações
VFS said
É a primeira vez que comento no seu blogue apesar de o ler frequentemente.
Permita-me que lhe lembre que vozes como a sua são necessárias. Quantas menos houverem, pior será!
Não deixe que o vençam pelo cansaço.
Recupere o folêgo e volte “ao trabalho”.
Obrigado
VFS
Flávio Gonçalves said
Espero que seja mais um interregno, companheiro.
Até sempre.
Nonas said
O meu violento protesto e subscrevo – principalmente – os comentários da Maria e do JSarto.
Tira lá umas feriazitas – não muito grandes – e volta ao combate.
A.H. said
Desistir?
Um Átrida desistir?
Nonas said
Vai abrir um novo e já tem nome: Íliada.
Optio said
Íliada?
🙂
Aí está mais uma das Nonas-oportunidades
Maria said
Óptimas notícias. Nem outra coisa seria de esperar. Prá frente é que é caminho!
Atrida said
Obrigado a todos pelos simpáticos comentários e pelos incentivos. As razões que me levaram a encerrar esta página mantêm-se, de forma que a minha decisão não se alterou.
O Nonas tentou empurrar-me para nova aventura mas, se esta um dia surgir, terá outro âmbito, outra forma de intervenção.
Até lá, abraços.
Rodrigo said
Já perdi a conta ao número de vezes que o “atrida” abandonou os blogs…
Joaquim M.ª Cymbron said
No mês passado, andei muito ocupado a preparar uma ida a S.Miguel. Por isso, perdi a sua despedida. Regressado a Coimbra, embora tenha demorado pouco tempo na ilha, havia muitas coisas por tratar. Tudo isto somado, me impediu de ler o seu adeus.
É já a segunda vez que o exorto a ficar. Desde já me comprometo a nunca mais o molestar, insistindo que permaneça, se voltar ao propósito de partir. No entanto, agora, ainda lhe pergunto por que não há-de manter-se na luta, nos moldes que elege como preferíveis e que colhem o meu inteiro aplauso: «(…) nesta vida mais vale caminhar só ou acompanhado com poucos que embarcar em aventuras colectivas mal amanhadas e votadas ao fracasso.»? Pois, um blogue individual não será um caminhar só? Nele, dizemos o que pensamos, quando achamos oportuno e se o queremos!