O Pasquim cumpre cinco anos de vida
Posted by atrida em Segunda-feira, Março 23, 2009
Há exactamente quatro anos escrevi: «Cumpre hoje um ano de vida o blogue O Pasquim da Reacção, farol da reflexão tradicionalista lusa.
Conheci-o via A Casa de Sarto, onde o seu animador principal escrevia (cito de memória): «Mas por onde é que andava este Corcunda?»
Com uma sólida base de filosofia política, o Corcunda tem sido um autêntico educador da blogosfera, dando pistas de reflexão, desmontando mitos, sempre com o fito de realçar os sãos princípios que uma Nação deve albergar na sua base.
O blogue saltou, por assim dizer, para a ribalta blogosférica quando o autor escreveu um texto intitulado “Identitários? Não me parece…”. Mal sabia o Corcunda o que o esperava! (…) Infelizmente, gerou-se um diálogo de surdos, que ainda hoje persiste. Daí aos insultos soezes, normalmente a coberto do anonimato, foi um passo. Mas o Corcunda, “deixou-os pousar”, largou umas gargalhadas e continuou o seu caminho.
Caminho esse reconhecido por muito boa gente, desde simples leitores a autores de blogues amigos. São esses que dão alento a continuar essa aventura que é ter um blogue, a qual, levada com seriedade e empenho, representa realmente muito tempo roubado a outras actividades. Mas quem é que se arrepende disso? O fascínio da blogosfera está aí.
Parabéns ao Corcunda, alguém que passou por velho resmungão e reaccionário, saudoso do salazarismo, nostálgico do Império perdido e que afinal até gosta de punk-rock e faz surf!
Que continue a navegar no mar mais ou menos encapelado da blogosfera são os votos deste blogue admirador e reconhecido.»
É verdade, leitor amigo, o Pasquim cumpre hoje cinco anos de vida. E o que escrevi há quatro anos é válido hoje. O Corcunda, no seu mais recente postal, expõe com uma sinceridade inabitual na blogosfera a sua própria evolução e aprendizagem, que mais não fez que o enriquecer, amadurecer as ideias, confrontá-las, testá-las, aperfeiçoá-las. E continua a ser um defensor intransigente de um Portugal digno da sua história e dos valores que a enformaram até certo ponto: até ao ponto em que foi sendo cada vez menos Portugal e mais uma coutada de ideias estranhas, internacionalistas e destrutivas da sua essência e da sua liberdade.
Em homenagem à coerência intelectual do Corcunda, aqui fica um testemunho de alguém (Jacques Ploncard d’Assac) que privou de perto com Salazar e que deu bem a medida da coerência do estadista que corporizou muitas das ideias por que lutamos:
«Muito poucos políticos poderiam tolerar hoje a comparação de afirmações feitas à distância de vinte anos. Na melhor hipótese, os textos mais recentes seriam a modificação de um ponto de vista amigo; as mais das vezes, o confronto havia de ser intolerável, pois salientaria contradições flagrantes. Que seja possível com Salazar pôr em confronto, lado a lado, pedaços dos seus discursos de 1928, de 1940 e de 1950, sem que o mais atento leitor possa descobrir uma só contradição, eis o que não é vulgar. E, ainda menos, que a sua extraordinária unidade e continuidade de pensamento transcenda o tempo.»
Manuel Azinhal said
E eu que nem conheço esse Corcunda…
O Corcunda said
Caro Amigo,
Já escrevi tanto que por certo deve haver contradições em algumas coisas. Erros há às dezenas… O que não há é contradiçoes nas coisas a que quero Bem, como no alto exemplo que citas. Só no imutável existe essa perenidade.
Um grande abraço e penhorado agradecimento por tanto anos de leituras dos meus escritos. Já mereces um bocadinho de céu por tanta paciência…