A infância, pátria perdida
Posted by atrida em Segunda-feira, Setembro 28, 2009
A infância a que remete Tintin é para nós uma pátria perdida. Sabemos que aqueles que crêem são sempre traídos, que aqueles que se batem são sempre abandonados. Nós somos alguns a passar a mensagem. Nenhuma causa é justa, militamos a favor de imposturas. Retirámo-nos. Que o jogo continue sem nós. Como diz Céline, «o combate contra os mitos do tempo tornou-se impossível. Fazer de D. Quichote seria grotesco». Que D. Quichote regresse ao seu lar. O que nos agrada nos álbuns de Tintin não é Tintin mas o que resta quando Tintin desaparece: o anti-conformismo que não envelhece com as suas revoltas e que tem a coragem de as transformar em extravagâncias. Os nosso gestos irrisórios agitam-se burlescamente. Não iremos quebrar o espelho das nossas comédias. Simplesmente deixaremos de olhar para ele. Não há motivo para fazer caretas. Isso seria uma vaidade fatigante.
Pol Vandromme (1927-2009), “Le monde de Tintin” (1959).
Cristina Ribeiro said
Obrigada pela correcção – com o livro em frente e troquei o B pelo C 🙂
Vai emprestar-me outras obras, como « O Segredo do Abade »; bom saber que os livros estão no mercado…
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