Odisseia

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Ainda há portugueses?

Posted by atrida em Terça-feira, Janeiro 11, 2011

Uma questão recorrentemente abordada por quem ainda sonha ver Portugal reencontrar já não digo a glória de antanho mas ao menos a dignidade de uma Nação independente prende-se com o carácter dos portugueses. “No dia em que os portugueses…”, “quando os portugueses estiverem à altura dos seus antepassados…” e outras fórmulas semelhantes denotam a esperança em que saibamos um dia voltar a ter um comportamento enquanto povo digno do nosso passado.

Sem querer ser catastrofista: será isto ainda possível? Esquecendo por agora os constrangimentos derivados da nossa imersão na união soviética europeia e do descalabro financeiro que sofremos na pele, será que “os portugueses” de hoje têm algo em comum com os que honraram o nome Portugal?

A meu ver, muito pouco. Os “etnicistas” dirão logo que somos a continuação do sangue dos nossos antepassados e como tal tudo é possível. Pode-se discutir esta questão ad eternum, sem conclusões claras. Para mim, de pouco vale “o sangue” se o carácter de um povo está corrompido, degradado, decadente. Da mesma forma, haverá muitos povos por esse mundo fora que sentem Portugal (que os abandonou) mais intensamente que muitos portugueses.

Não se trata aqui de defender qualquer política de miscigenação, que só faz as delícias dos mundialistas que sonham com a liquidação das nações. Trata-se apenas de constatar que critérios biológicos de pouco ou nada servem para assegurar a continuidade de uma Nação. O que é importante é assegurar a nobreza do povo, elevar o seu nível cultural, fazê-lo exaltar as glórias passadas, percebendo os sacrifícios por que foi necessário passar e anelando nele outras aspirações maiores que ter dinheiro para estourar no shopping.

Esperar que uma “reserva índia” resolva os problemas do nosso futuro como Nação é um logro.

6 Respostas to “Ainda há portugueses?”

  1. A questão que aborda é de grande importância, uma vez que representa uma grande clivagem na nossa área. Convém por isso debate-la com lucidez.

    Por um lado temos os “nacionalistas biológicos” para quem o sangue basta, o que é estúpido. Porque se o sangue bastasse Portugal nunca teria chegado onde chegou. Os nossos “super-portugueses” nunca deixariam que Portugal se transformasse numa pocilga. Viveríamos no melhor dos mundos e Portugal seria uma super-potência mundial. Os portugueses seriam todos fortes, bonitos e inteligentes. Além disso, nunca teríamos a desprazer de ver um caucasiano a cantar e dançar hip-hop.

    Por outro lado temos os “nacionalistas culturais” para quem a cultura basta, o que também é estúpido. Porque se a cultura bastasse então a solução seria de fácil execução. Pegávamos em grupos de negros, asiáticos, etc. e púnhamo-los a viver em Portugal, a falar português, ensinávamo-los História de Portugal, dávamos-lhes as receitas com a nossa gastronomia e pronto, tínhamos o problema resolvido. Mas as coisas não são assim. O Homem não é uma tábua rasa que possa ser transformada pelos engenheiros sociais. Todos nós temos características inatas que são herdadas dos nossos pais por via biológica. E essas características são determinantes para uma dada raça ou nação.

    Então qual é solução? Na minha opinião a questão resolve-se com estas palavras de Salazar:

    A Nação é para nós, sobretudo uma entidade moral, que se formou através de séculos pelo trabalho e solidariedade de sucessivas gerações, ligadas por afinidades de sangue e de espírito, e a que nada repugna crer, esteja atribuída no plano providencial, uma missão específica no conjunto humano.

    Temos o sangue? Sim. Então falta-nos reconquistar o espírito.

    Cumprimentos.

  2. pvnam said

    —> Nacionalistas parvinhos-à-Sérvia… não obrigado!!!
    —> Ficar à mercê da bandalheira que não considera a constituição duma SOCIEDADE SUSTENTÁVEL (média de 2.1 filhos por mulher) uma prioridade… não obrigado!!!
    {Nota: Ficar à mercê da bandalheira… é meio caminho andado para a extinção: ‘n’ civilizações já se extinguiram…}

    Resumindo e concluindo: Antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência… e… SEPARATISMO-50-50!!!…

  3. O Espírito e a Alma do nosso povo não são europeias, estando limitados à Europa, o resultado está à vista… não temos como competir.

  4. Embora diga, escreva, repita ” acredito nos portugueses “, também estou muito pessimista; há pouco tempo a minha irmã mais nova disse-me que o sentimento nacional já não tem razão de ser. Imagine como me senti. E sinto que as palavras dela ecoam na maioria da nova geração.

  5. Maria said

    Pois muitos parabéns pelo seu esperado regresso a estas lides. Já não era sem tempo!
    Tomei conhecimento há pouco, através do Reaccionário, que este excelente Blog tinha sido reactivado.

    Por mim só desejo que continue a deliciar-nos com os seus brilhantes escritos. Confortam-nos o coração e aquecem-nos a alma. E no estado lastimoso em que o país se encontra, com os portugueses mergulhados na maior das tristezas e no mais profundo dos desalentos, ler textos inteligentes e patrióticos como os que por aqui se vão lendo, enchem-nos de orgulho pátrio e devolvem-nos o sentido verdadeiramente nobre de sermos portugueses.
    Maria

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