Pois é, meus amigos, amanhã cumprem-se já quatro anos desde que me iniciei nas lides da blogosfera, aqui. Não foi um percurso linear, pois mudei de plataforma para este espaço, depois mudei para este blogue e, não satisfeito, criei este Odisseia já este ano.
Entre objectivos de alterar a frequência de actualizações, concentrar-me mais em questões culturais ou simplesmente reagir a tentações de abandonar a blogosfera se foi fazendo este percurso, que os amigos e leitores julgarão com alguma indulgência.
Lendo e relendo o comentário arrepiante do Bic Laranja («Portugal é somente uma ideia a que ainda estamos habituados. Mas já acabou.»), e tendendo a concordar em parte, porque é que continuo, porque é que continuamos a lutar pelo nosso querido país? Por fidelidade, por amor pátrio, por orgulho por grande parte do seu passado, por dever de respeito a quem deu a vida por ele; quiçá também por uma ténue esperança de que algum dia, no tempo dos nossos filhos ou netos, este país volte a ser merecedor do respeito da sua história. E também porque, como ensinava Franco Nogueira (não exactamente com estas palavras), a Nação é o quadro ideal para as pessoas poderem exercer a sua liberdade em dignidade.
Aprendi muito nestes quatro anos. Aprendi com pessoas de grande calibre intelectual, curiosas, inquietas, inconformadas, dignas. Senti-me e sinto-me parte de uma comunidade que não abdica dos seus princípios por um maior desafogo material ou por simples desejo de repouso.
Zanguei-me com uns, tolerei diferenças de outros, percebi que aquele grupo difuso a que se chama “nacionalistas” tem tantas coisas em comum como antagónicas, tantas diferenças menores como irreconciliáveis. Latinos que somos, estamos destinados à desunião, à procura de impor a nossa perspectiva e teimosamente incapazes de aligeirar alguma postura? Por fidelidade, teimosia, incapacidade gregária?
Mas também há a convicção de que, por muito diferentes que sejamos, estamos no mesmo lado da barricada, para a qual nos empurraram anos e anos de terrorismo e desonestidade intelectual; de mentiras, abandonos e cobardias. Talvez esse facto não chegue para nos caracterizar como grupo homogéneo – que não somos; mas chega para perceber que a unidade existe: na identificação do inimigo.
Nestes anos conquistei amizades que me atrevo a pensar vitalícias, tal a simbiose estética e cultural – e apesar de diferenças várias – que nos une, mas mais que tudo a convicção partilhada de que não nos verão daqui a uns anos a desdizer aquilo que defendemos anos a fio.
É isso que nos dá força, é isso que nos une, é isso que nos leva a dizer “Viva Portugal!”. E viva a Amizade.