Quem me conhece sabe que não sou pessoa de democracias. A democracia é, a meu ver, o regime em que o povo é mais logrado: na ilusão do seu suposto poder (que mais não é do que, de quatro em quatro anos, depositar um papelinho votando numa lista de candidatos pré-fabricada) é despojado do mesmo, da sua capacidade de ser bem governado, sendo antes dirigido por quem se governa bem.
Já mestre Maurras demonstrara que a democracia é a casa da corrupção, do controlo do Estado por grupos de interesses que são estranhos ao bem estar da população e antagonizam a sua história e os seus valores tradicionais em benefício do seu bem estar muito particular e de agendas obscuras. Distribuindo-se pelos partidos com hipóteses de chegar ao governo, verdadeira máfia que é, a clique democrata manieta as nações, subjugando os povos com um grau de controlo inominável, tornando impossível a vida fora do “guarda-chuva” da todo-poderosa legislação democrática.
Pelo que precede se compreenderá porque é que raramente voto: não só isso representa dar uma caução a um regime abominável, como é a expressão da impotência em lutar contra o mesmo. Há quem pense que esta luta se pode fazer dentro do sistema. Duvido – e os factos dão-me razão (basta lembrar a mão cheia de nada que alcançou o FN em França ao longo de trinta anos de excelentes votações ou a impossibilidade de manutenção do FPÖ no governo de coligação austríaco ostracizado pela democratíssima UE – União Escravizadora). Isto não obsta a que se possa entender o voto como uma manifestação de indignação, de desprezo, de protesto.
Esta arenga vem a propósito da candidatura de Humberto Nuno Oliveira ao parlamento europeu. Anti-europeísta que sou, nunca me dei ao trabalho de votar – nem mesmo nulo – nas eleições ditas europeias. Votar para eleger indivíduos que durante quatro anos vão abichar uns milhares e ajudar a consolidar este estado totalitário que é a soviética UE não faz o meu género. No entanto, há que louvar o esforço de HNO em fazer passar uma mensagem que diz o essencial sobre esta bárbara Europa que nos impuseram: combatendo o federalismo, o esvaziar das liberdades nacionais, a imersão na globalização asfixiante e a imigração desregrada e metodicamente escolhida para destruir os povos europeus e as suas tradições que ainda resistem – HNO faz muito pelo seu país, empunhando a bandeira dos bons valores, dos valores sãos da dignidade nacional e da liberdade pátria contra o rolo compressor mundialista.
Nunca o fiz em quatro anos e meio de blogue e assim continuarei: não apelo ao voto em nenhum partido ou projecto porque tenho legítimas dúvidas sobre a sua eficácia e porque isso vai contra as minhas profundas convicções; mas não quis deixar de partilhar convosco um testemunho de respeito e gratidão para com a corajosa campanha que HNO está a levar a cabo.