O Miguel Vaz e a Cristina toparam esta entrevista dada por uma novel deputada do PC, Rita Rato de seu singelo nome. O entrevistador, com paciência, vai tentando encontrar algum discernimento (ou ponta de honestidade) na criatura:
– Como encara os campos de trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?
– Não sou capaz de lhe responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso.
– Mas foi bem documentado…
– Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência.
– Mas não sentiu curiosidade em descobrir mais?
– Sim, mas sinto necessidade de saber mais sobre tanta outra coisa…
Ora, ou a menina é de uma ignorância inaudita (o que não é de excluir), ou de um despudor a que não se pode chamar inaudito porque, como dizia um conhecido meu, um comunista só pode ser uma de duas coisas: ou um grande hipócrita – ou um grande ingénuo. A menina Rato nunca leu nada sobre a “experiência” (campos de concentração onde morreram milhares e milhares de prisioneiros são “uma experiência”) mas sabe, aos 26 anos, que a seguir ao desmoronamento da URSS (quando a moça tinha uns dez anitos) “o partido fez (sic) um congresso extraordinário”.
É verdade que teve bom mestre, afinal não foi o Dr. Barreirinhas Cunhal que, em plena perestroika, confessou que ignorava que tivessem existido gulags?
E, recuando ainda mais no tempo, tivemos o mestre supremo, Lénine, que terá dito que “a mentira é a principal arma do combate bolchevique”.
Fez história.
E fica o registo de uma deputada de 26 anos que, entre conhecer o lado negro (milhões de mortos, países que funcionavam como um gigantesco campo de concentração onde qualquer dissidência era tratada policialmente) da ideologia que defende e “tanta outra coisa”, hesita… Uma patarata com assento parlamentar, é o que é.