Cry freedom!
Posted by atrida em Terça-feira, Maio 27, 2008
Muito baralhada deve andar a intelligentsia com os conflitos étnicos na África do Sul. O regime que nasceu das cinzas do apartheid dá mostras de cair no mais completo primarismo racista, associando-se alguns meliantes a toda a comunidade de onde provêm! “Cry freedom”, devem lamentar os moçambicanos e zimbabueanos que retornam a casa. “Aqui não somos desejados”, dizem.
Ao fim de catorze anos, o regime fundado pelo ex-“mais antigo prisioneiro político do mundo” apresenta um belo balanço: uma taxa de criminalidade impressionante, epidemia de sida, miséria endémica (apenas uma minoria de negros – quase todos os que se movem bem nos círculos de poder – ascendeu à classe média, ou mesmo alta), corrupção galopante…
Os utopistas e democratas de serviço creram que a aplicação do princípio “um homem, um voto” faria o país entrar numa onda de prosperidade e paz ímpares no martirizado continente. Na verdade o voto étnico, como no resto de África, tem um peso esmagador, estando as eleições decididas à partida; o ANC governa à vontade, mesclando preconceitos esquerdistas com pragmatismo liberal-capitalista. A incapacidade em debelar a miséria, casada com o laxismo a nível de autoridade, criaram o paraíso para a criminalidade. A explosão actual decorre de o país estar a importar muitos criminosos; expulsam-se os criminosos estrangeiros, ficam os nativos. Mas o mal permanece.
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