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A união (ou cisão?) à mesa

Posted by atrida em Sexta-feira, Outubro 31, 2008

O Vítor é incansável: não desiste de tentar juntar o meio nacionalista em prol do bem comum, que será Portugal. Neste momento promove um Encontro de Blogues Nacionalistas.

Confesso que admiro a persistência do Vítor e o seu combate. E confesso também que, àparte o convívio com muito boa gente, não vejo especiais motivos para participar como “blogueiro nacionalista”.

Primeiro, não sei se este blogue é nacionalista. Empenhado mais na divulgação cultural e no trabalho a longo prazo no sentido de abrir brechas na ditadura cultural esquerdista, nunca enveredei neste espaço por uma militância activa. Nos tempos que correm, qualquer actividade política parece-me votada ao fracasso: dados os anti-corpos que a tal ditadura, com a conivência de gente de convicções moldáveis, conseguiu instalar na população; e dada a absoluta ausência de um corpo doutrinal coerente adaptável às problemáticas coevas.

Em segundo lugar, cada vez sei menos o que seja o nacionalismo. Quem me lê há anos e quem me conhece sabe que tentei sempre manter algumas portas abertas para com quem tem convicções diversas das minhas em benefício de uma possível acção em comum. Mas, na verdade, cada vez estou mais convencido de que isso não leva a lugar algum: como é que podem coabitar num mesmo projecto católicos e neo-pagãos impregnados de um anti-clericalismo radical? Indivíduos que antes de mais prezam a história e a cultura e racialistas (muitos deles racistas assumidos)? Mesmo quem é contra a imigração desregrada a que assistimos tem dificuldade em coabitar com os que desprezam “os pretos” (“100% de identidade, 0% de racismo” é um slogan bonito mas pouco partilhado por muitos nacionalistas). E depois há o confronto entre os nacionalistas patrióticos e os europeístas; este não gera menos antagonismos que os anteriores. Mais recentemente, a lista das eternas divergências e cisões do meio alargou-se com a oposição entre “reaccionários” e “socialistas”, tradicionalistas e progressistas, numa palavra: nacionalistas ditos de direita e nacionalistas ditos de esquerda. Muitos deles, se algum dia fossem eleitos, não saberiam onde situar-se no hemiciclo: talvez ao centro?… E ainda temos os democráticos e os anti-democráticos.

O fenómeno não é novo e é precisamente a sua persistência ao longo das décadas que desanima. Mas, que diabo, como é que se podem entender um nacionalista de direita que preza a propriedade, mesmo que seja céptico da globalização e da abertura de fronteiras, com um que sonha em esquartejar “os capitalistas”? Lê-se e ouve-se por aí coisas que fariam um trotskista parecer um moderado.

Por isso, caro Vítor, todos os esforços são louváveis, pela persistência e boa vontade de que são testemunhos, mas não se devem pôr demasiadas expectativas nos resultados desses encontros: o convívio em si deve ser provavelmente a melhor recordação que os comensais tirarão do evento.

6 Respostas to “A união (ou cisão?) à mesa”

  1. Legionário said

    Pronto. Já vi que não vais ao leitão.

  2. Vencedores não são aquele que ganham, mas os que vivem combatendo por uma causa.
    Alguns vão aparecer e que fique pelo menos o convívio

  3. Ainda ponderei ir, mas já me passou. Já me passou a febre de uma possível frente comum ou até acção em comum em Portugal, o temperamento português não o permite. Ser chamado de nacionalista em Portugal é um insulto até

    Creio que o máximo que se conseguiria fazer em Portugal seria que cada um militasse não atacando nem atrapalhando os outros, li algures alguém que referiu anteriormente que o que nos falta em Portugal é principalmente civismo e respeito pelo próximo, em geral mas principalmente na ‘área nacional’.

    Felizmente – ou se calhar infelizmente – tenho amigos em todo o lado que acabam por me revelar o que diversas pessoas pelas quais até nutria um certo respeito dizem a meu respeito, também já o testemunhei acerca de outras pessoas, o insulto e a difamação são uma constante no nosso meio e nenhum jantar – salvo talvez uma noite das facas longas em que uma das partes eliminasse definitivamente as outras – alguma vez virá alterar isto.

    O meu combate é meramente intelectual, cultural e metapolítico, tenho conferências marcadas no estrangeiro, tenho textos traduzidos em espanhol, francês e inglês, dirijo uma pequena publicação, colaboro em 3 publicações nacionais e em 2 publicações estrangeiras, sou co-autor de um álbum de banda desenhada… concretizei tudo isto não deixando de ser nem de acreditar no de sempre – ninguém exigiu qualquer abdicação como o julgam alguns – mas meramente afastando-me do ‘movimento nacionalista’ onde estagnei durante década e meia, já um certo austríaco pintor de paredes dizia que “os fortes são mais fortes sozinhos”.

  4. Diogo said

    Não sou nacionalista nem sou racialista. Como poderia? As ideias não estão confinadas a um território ou a uma raça. Sou um homem do mundo. Ideologicamente posso estar mais próximo de um congolês, de um chinês ou de um sueco, do que do meu vizinho do lado.

  5. H.A. said

    O que mais me enoja em vocês todos é que estão aqui para denegrir alguma restante esperança para o futuro. Sois fracos e não mereceis nada, nada tereis!
    Fechem-se em casa e não façam nada ou façam como aqui o nosso labrego Diogo, um verdadeiro “idota” do mudo.
    Não te apoquentes caro Diogo esse teu mundo está a chegar ao fim e tu a tua familizinha de “idiotas” com ele. Não penses que o macaco dabano te vai salver.

    Cumprimentos pretuguesinhos, bem faz o socrates, os portas e toda a mafia pulhítico-maçónica que cada vez vos vai lixando mais,
    Que siga o saque, que comece a fome, que comece a guerra, nada mais do que mereceis cobardes!

  6. Estou crítico das críticas, e vou tentar dar seguimento a isso lá na minha tasca.
    Creio que há aqui um equívoco a inquinar os raciocínios.

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