Odisseia

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É governar-se, vilanagem

Posted by atrida em Quarta-feira, Março 25, 2009

Anuncia-nos o Correio da Manhã que o ex-comissário europeu, António Vitorino, ganha 5000 euros por cada reunião a que preside como presidente da mesa da Assembleia Geral da Brisa, de acordo com o relatório anual de bom governo das sociedades (sic!).» Ao que parece, «a escolha de António Vitorino ficou a dever-se, além do prestígio do ex-ministro da Defesa, ao profundo conhecimento do Código das Sociedades Comerciais, uma condição considerada fundamental para a boa condução dos trabalhos numa Assembleia Geral».

Compreende-se que, para o bom governo das sociedades, estas recrutem pessoas de prestígio, próximas do poder, conhecedoras dos circuitos governamentais, das portas certas onde bater. É Vitorino na Brisa, é Coelho na Mota-Engil, é Vara no Millennium, é todo um enxame de ex-responsáveis de cargos públicos que vai arranjando uns biscates nada mal remunerados. É, sem dúvida, uma das marcas deste regime, a par da caça ao lugar público dos militantes dos partidos que vencem eleições: servir-se em vez de servir. É também uma política assumida por grande parte das empresas cujo negócio depende, directa ou indirectamente, de decisões estatais.

Este ex-comissário europeu, que se distinguiu precisamente pelo seu exacerbado europeísmo, depois de ter passado por Macau, onde não terá perdido a oportunidade de demonstrar as suas capacidades de bom governo, é aquele figurão que, em certo debate sobre a imigração na TV5 (ao tempo do governo Guterres), afirmava que Portugal ainda podia e devia receber muito mais imigrantes, numa prestação patética de quem não tem verdadeiramente convicções políticas mas sabe muito bem o que é que deve dizer para ser bem visto. E para o seu bom governo.

(Via Tomarpartido.)

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