Odisseia

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A área nacional definha

Posted by atrida em Quinta-feira, Maio 29, 2008

É incrível a decadência da blogosfera nacional. Menos da qualidade do que ainda se vai escrevendo que de duas coisas: da quantidade de postais publicados e do número de visitas. Passado o entusiasmo dos anos 2004 e 2005 (e em parte de 2006) entrou-se numa situação de desânimo e até de indiferença. Indiferença dos leitores e indiferença de quem escreve.

No meu antigo blogue “Santos da Casa” chegava a ter dias com mais de 140 visitas e não passava um dia sem ter vários comentários. Já este “Odisseia” não suscita quaisquer comentários e as visitas raramente passam as 30 por dia. É evidente que, mesmo não havendo preocupação em chegar a muita gente, há limites para o esforço que envolve publicar postais com alguma qualidade.

Nunca gostei de blogues sem comentários e irritam-me igualmente aqueles em que há moderação, pois impedem qualquer taco-a-taco na discussão dos temas. Mas hoje os leitores já não estão para debater coisa nenhuma. Na área nacional cada facção entrincheirou-se no seu pequenino meio, visitam-se e comentam nos seus espaços apenas, deixou de haver troca de perspectivas. Entretanto vão surgindo como cogumelos movimentos nacionalistas, fazendo lembrar a proliferação de grupúsculos no tempo do PREC. Já o PNR, movimento que era suposto agregar gente do meio independentemente da sensibilidade, afugentou meio mundo com a sua complacência para com comportamentos “musculados” (nas palavras e actos); imagine-se a imagem que ficou na população em geral, ainda por cima inflacionada pela histeria mediática.

Para mim, o nacionalismo em Portugal é hoje um movimento moribundo. Com os erros que se repetem de década para década, mudando as pessoas e os movimentos, é caso para pensar se alguma vez se vai conseguir ter um projecto credível, sólido, que atraia estratos da população pouco ideologizados mas com sensibilidade patriótica, no fundo quem permitiria o crescimento e a afirmação do movimento.

Voltando à blogosfera, felizmente ainda se vão mantendo algumas casas recomendáveis, em geral aquelas que já passaram o marco dos quatro anos e às quais não é lícito pensarem em desistir. Não é o caso deste nado-morto “Odisseia”, onde pouco consegui dizer de novo e onde ilusoriamente procurei transfigurar o destino final de projectos anteriores.

Para já não penso em parar, vou colaborar mais amiúde com o No-Media e eventualmente em outros projectos. Por isso, até já, noutro local.

14 Respostas to “A área nacional definha”

  1. Manuel said

    A área nacional transforma-se.
    Hoje na blogosfera há muitos mais, comparativamente a 2003 e 2004 (no começo não havia nada).
    Esta dispersão pode explicar o menor número de visitas por cada um dos blogues que são normalmente tomados como referências. Para além de não ser possível aos autores manter a mesma frescura e ritmo durante anos seguidos.
    Por mim, confesso que me desilude a falta de substituição dos pioneiros do movimento inicial de afirmação na blogosfera. Não foram efectivamente substituídos, no sentido que estou a usar, e que julgo que será compreendido. Gostaria de poder dizer que eles já não fazem falta nenhuma, e não aconteceu essa ultrapassagem.
    Todavia, é inegável que se conseguiu transportar para esta sede um grande número de activistas, uns com mais vocação que outros, e fazer despertar os meios nacionais para a crucial relevância da internet como campo privilegiado para a luta política do nosso tempo.
    Vieram os novos e vieram mesmo alguns velhos.
    Já não é mau. E deixa a porta aberta a alguma esperança de que no futuro se possa fazer melhor.

  2. Sabe que a mudança de morada tem destas coisas.
    Muitas das visitas vêm dos motores de busca.
    O meu blogue só este ano é que tem atingido os números que refere.
    temos muito gosto em o ter no NO MEDIA mas este seu espaço também é importante.

  3. O Corcunda said

    Concordo com a reflexão do FSantos. É patente o desinteresse no debate de ideias no seio das várias tendências nacionalistas. O debate tem sido 0 no último ano, simplesmente pela retirada das pessoas que tinham capacidade de discutir, ou porque se decidiu falar para dentro, em vez de falar para fora. Agora surgiu uma ideia nova, que é que as pessoas não mudam de opinião, mas a geração seguinte é que o faz. Uma ideia idiota que acaba com a discussão, preferindo cativar os jovens, mas que esquece que os jovens serão aquilo que a educação (os valores anteriores) determinarem. Este estilo de coisas serve para que tudo se mantenha na mesma.
    Há coisas que merecem desaparecer. As coisas que não são fundamentadas são as primeiras na minha lista de coisas que podem ir para o caixote de lixo da História.

  4. Maria said

    Está enganado se julga que os seus escritos não fazem falta ou nem sequer são lidos. Há muitos motivos pelos quais os Blogs não têm presentemente tantas visitas. Mas só aparentemente. Isto é, as visitas continuam mas possìvelmente não se dispersam por tantos Blogs como inicialmente e por outro lado também não há tantos visitantes a comentarem, muito embora como leitores o seu número continue o mesmo quase de certeza. Isso dever-se-á a sentirem-se de certo modo desmotivados – a descoroçoada vida política do país a isso os impele, tirando-lhes a suficiente paz interior e animo para o fazer de bom grado e sem esforço – mas também por outras razões, até pessoais, que nada terão a ver com desinteresse pela inestimável luta patriótica que se trava na Blogosfera. Luta que não deve esmorecer de modo algum. Nos tempos que correm é a ela que o povo anónimo, sem poder nem voz, recorre em última instância. Este é um meio extraordinário e previligiadíssimo para o combate político. Tomara que noutros tempos o tivesse havido, talvez o país não estivesse no estado lastimoso em que se encontra. Pena é que um tão importante meio de pressão política esteja a ser apesar de tudo desperdiçado e substimado por muitos, felizmente que não por todos. Nunca o povo teve nas mãos tanto poder para desmascarar as escandaleiras, o tráfico de influências, a corrupção, a promiscuidade, a fraude, os assaltos aos cofres do Estado, os compadrios, os abusos do poder, a baixeza moral dos políticos. etc., etc. Se não o aproveitar com ambas as mãos, esta será uma decisão fatal de que se irá arrepender amargamente num futuro não muito longínquo. Quanto aos Heróis da Blogosfera, entre os quais se encontra V. Excelência, não julguem que estão sós. Longe disso. A sua corajosa e patriótica luta é acompanhada atentamente por muitos milhares de leitores fiéis e ela não será em vão. Aliás os Heróis, passados ou presentes, na Blogosfera ou fora dela, sempre foram solitários e raramente actuaram em grupo e quando o fizeram sempre se destacaram dos demais. E em bravura e heroicidade sempre se elevaram muito acima dos outros mortais. Aí reside a sua excepcionalidade.

  5. atrida said

    Obrigado a todos pelos comentários.
    Manuel: efectivamente apareceram muitos blogues a reboque dos veteranos, mas poucos sobreviveram. Uma olhadela aos links do meu primeiro blogue até assusta!Se os pioneiros permanecem isso é um óptimo sinal; antes isso do que ter um amontoado de blogues onde se alinham ideias toscas e se destila ódio e primarismo.
    Ao Vítor, eterno “rassembleur” da área nacional, só posso estar grato pela desinteressada abertura de que sempre deu mostras.
    Só posso concordar com o Corcunda quando fala na ausência de debate, que se deve à constatação de que os campos se extremaram e que não vale a pena andar a trocar insultos e acusações de falso nacionalismo. A coisa chegou a este ponto.
    À Maria mais uma vez só posso agradecer alguma indulgência em relação ao nosso trabalho. Como viu, não o tenciono abandonar mas sim canalizá-lo para outras plataformas como o No-Media.
    Saudações a todos.

  6. Insisto que há realidades novas que devem ser devidamente valoradas.
    (No-Media, Novopress, Inconformista, a expectante Metapedia, etc.).
    Este empenhamento em criar instrumentos para o combate das ideias, marcar presença e encher de conteúdos a net (onde nada existia) é só por si um dado positivo.
    Foi isso que quis dizer ao referir que a área transforma-se, não se pode dizer que definhou neste espaço de cinco anos em que acompanho isto dia a dia (essa só pode ser uma sensação falsa, nascida de expectativas ilusórias que num momento falseiam a visão da realidade e são a origem da frustração no momento seguinte).
    Quanto aos blogues em sentido estrito, é verdade que há uma multidão deles que mal aparecem logo desaparecem, e não se distinguem por especial qualidade ou bom gosto.
    Porém, é verdade também que só o facto de existirem como tentativas já significa algo de positivo. Implica que há um grande número de pessoas, em geral jovens ou muito jovens, que sentem a tentação de criar um espaço de expressão próprio, que entendem intuitivamente a necessidade da comunicação, da divulgação, e que se esforçam por escrever alguma coisa. Ora para tentarem escrever também tiveram que fazer um esforço para ler outros, ir lendo o que se faz. A isto eu acho positivo: sempre se aprende a ler e a escrever. Antes assim do que andar por aí a sujar paredes e a fazer asneiras!
    Calculo que me respondam que só posso estar a brincar, porque efectivamente dessa movimentação não surgiram grandes revelações, não apareceram novos valores em número e qualidade que nos permita lançar foguetes.
    Pois não. Mas também onde é que há disso, seja qual for o sector político?
    A verdade é que se partiu do nada, rigorosamente nada. Temos, e certamente que ainda por muito tempo, que continuar a explorar as formas de afirmação possíveis, e insistir em despertar as vocações necessárias, para que em quantidade e qualidade a presença das correntes de pensamento naconais na internet consiga ocupar um lugar central, condicionando a formação de opinião e a recolha de informação que aqui é permanente (e que influencia hoje todas as esferas de actividade).
    Ainda uma nota (a pensar no Corcunda): penso que a afirmação orgânica da Direita se situa a jusante disto, e não “é agora”. Antes fosse, mas há um imenso trabalho a montante.

  7. augusto said

    Hoje nos noticiários da RTPN, aparecia uma noticia em destaque que dizia o seguinte:
    última sessão do julgamento em monsanto, do processo PNR.

    agora já não lhes chamam processo da “extrema-direita” ,
    vão logo direito ao assunto.

  8. Nada me ocorre digno de ser acrescentado aos comentários anteriores. Portanto, limito-me a condensar o meu nas seguintes palavras, que grafo em letra maiúscula:

    MANTENHA ESTE ESPAÇO!

    Quer maior eloquência?

  9. Réquila said

    edicoesrequila.blogspot.com

  10. Agora é que me parece que esta discussão definhou: ninguém mais disse nada!

  11. Não há muito a dizer, o Santos tem razão 😦

  12. Manuel said

    Se o Santos tem razão, temos que lha tirar!
    Vamos a isso!

  13. Anónimo said

    Força aí camaradas!

  14. […] A blogosfera enquista-se. Ainda há pouco tempo no Odisseia se escrevia: É incrível a decadência da blogosfera nacional. Menos da qualidade do que ainda se vai escrevendo… […]

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