Odisseia

«Mas está oculto no seio dos deuses se voltará ou não, para se vingar deles na sua casa.» (Homero)

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Rio

Posted by atrida em Sexta-feira, Fevereiro 25, 2011

Por muitos filmes ou imagens que se tenha do Rio de Janeiro, ir ao local pela primeira vez tem um impacto tremendo. O fascínio anda de mão dada com a decepção, o empolgamento com a tristeza.

Subir ao Pão de Açúcar num dia de céu carregado e ser recebido lá no alto por um céu mais desanuviado é sublime. A vista para a Baía de Guanabara, a Praia Vermelha e Copacabana é das mais maravilhosas à face da Terra. O contraste entre morros e mar, entre neblina e um céu azul glorioso, entre o silêncio das alturas e o rumor dos turistas (a maior parte de outros locais do Brasil) – sem falar nos inúmeros urubus! – é estonteante. Falo com um casal de Macaé (norte do Estado do Rio de Janeiro) e surpreendem os rostos bem “portugueses”, com maneiras mais delicadas da província. O acesso é feito por um “bondinho” (já é o terceiro a circular desde 1912; os dois anteriores estão em exposição no topo) que era recreado por meio de um fio e de botões por Zezé no magnífico “O Meu Pé de Laranja Lima” de José Mauro de Vasconcelos.

Defronte do Pão de Açúcar tenta-se vislumbrar o Cristo Redentor, monumental estátua inaugurada pelo Presidente Vargas e pelo Cardeal Leme em 1931. Horas depois subo ao monumento e um gaúcho (natural do Rio Grande do Sul) exclama, entre a ironia e a comoção: “o Rio é feio p’ra caramba, né?”… Entre a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Maracanã, Botafogo, Pão de Açúcar, Baía de Guanabara são inúmeras as maravilhas que se vislumbram lá do alto. Quase dá para ignorar as multidões de turistas, quase todos brasileiros e do sudeste e sul do “pedaço”.

O acesso é lento mas seguro no Trem do Corcovado, obra engenhosa que penetra na vasta vegetação do morro. A meio do caminho, algumas paragens onde saem raros habitantes das modestas habitações.

A Praia de Copacabana, num domingo de manhã do peculiar inverno carioca (a minha viagem foi em Julho), é bastante agradável (já sem as carregadas nuvens da véspera) e a água muito convidativa, apesar do mar batido. Mas para os locais, Inverno é Inverno e não muitos se aventuram nas águas do Atlântico, preferindo sorver uma magnífica água de coco, preparada no momento por jovens vendedores de praia, que já obedecem a certas normas tipo ASAE (copo standard, por exemplo).

O carioca é muito diferente do paulistano, menos apressado, parecendo aproveitar melhor o fluxo dos dias. Mas a imagem da decadência da cidade contrasta com a dinâmica imparável da capital paulista. Nota-se que a classe média carioca é mais pobre e também mais carregada (até pela roupa mais desleixada que enverga); a classe alta parece viver sob o pânico dos assaltos (ouvi à saída de um restaurante de Ipanema o seguinte: “sair à noite é suicídio, só de viatura blindada”). Aliás, Ipanema, uma espécie de reduto da classe alta carioca, está já invadida pelo povão; o famoso Calçadão é uma passerelle de todo o tipo de cariocas, pobres e ricos, brancos, mestiços e negros; desportistas e fruidores da brisa atlântica; heterosexuais e gays (que se juntam no posto 9 – fica o aviso…). Do lado direito de quem está virado para o oceano ergue-se o Morro dos Dois Irmãos, com a sua favela espraiada na vertente. Um símbolo dos contrastes cariocas.

A arquitectura da cidade é mais homogénea que a paulistana, com presença bem marcada das construções dos anos 40 e 50, algo rígidas na forma. A degradação urbanística nota-se em algumas zonas, embora haja tentativas de recuperação, como na Lapa, que se tornou a zona nocturna da moda. Um taxista botafoguense falava, desconsolado, do tempo que as obras demoram na Cidade Maravilhosa e deu como exemplo a recuperação do Aqueduto da Lapa, apenas pintado em metade da superfície após meses de “trabalhos” (sempre que vou a São Paulo já se construiu mais uma ponte sobre o Rio Tietê, no Rio o ritmo é mais lânguido…).

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Aviso à navegação

Posted by atrida em Sexta-feira, Fevereiro 25, 2011

Este blogue não pretende acompanhar a actualidade como se de um jornal diário se tratasse. Pela falta de tempo do autor nem com um semanário se poderia compará-lo.

Pela falta de ânimo para acreditar em qualquer mudança nesta sociedade podre de gente conformada com a corrupção, a ausência de valores e a aniquilação da Pátria tenderei a falar mais de temas culturais, de impressões, de viagens…

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Bom Português?

Posted by atrida em Sexta-feira, Fevereiro 11, 2011

Não deixa de ser (tristemente) irónico que a RTP1 – que adoptou o nefasto Acordo Ortográfico, que ora escreve “Egito”, “fatura” e para a qual “fato consumado” não será necessariamente a conclusão do trabalho de um alfaiate – mantenha um programa a que chama “Bom Português”.

Ainda hoje de manhã a questão que era colocada era se se deve escrever (em bom Português, claro) antirrugas ou anti-rugas. Ora, caso não saibam, desde o Acordo Ortográfico de 1990 é a primeira que está “correcta”! Sim, porque antes, como dizia o Dicionário da Porto Editora, o prefixo “anti” «aglutina-se com o elemento seguinte, excepto quando este tem vida própria e começa por h, i, r ou s, separando-se, neste caso, por hífen».

Assim se escrevia em bom Português.

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Pergunta inocente

Posted by atrida em Sexta-feira, Fevereiro 11, 2011

Será que hoje, como nos idos de 1975, veremos Pacheco Pereira e seus (ex-) compagnons de route a manifestarem-se defronte da embaixada de Espanha contra o “regime repressivo” de nuestros hermanos?…

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Novo blogue

Posted by atrida em Terça-feira, Fevereiro 1, 2011

Apesar dos equívocos com que vê a luz do dia:

– iniciar-se numa data muito cara aos re(les)publicanos,

– os seus autores (à excepção de um) não serem propriamente uns jovens,

– o quinteto fundador não ser (hélàs!) “do Restelo”,

não será por isso que não saudaremos o nascimento de um blogue colectivo na área a que, por preguiça, poderemos chamar a Direita (firme e não maleável), não só porque até hoje não houve nenhum que vingasse como porque o nóvel projecto traz de volta às lides o nosso mui estimado Paulo Porto, em muito boa companhia, por sinal.

 

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Comédia dos tempos do fim

Posted by atrida em Sexta-feira, Janeiro 28, 2011

Foi uma típica farsa republicana-abrilina.

Ganhou o candidato que foi o melhor aliado dos vende-pátrias, que desbaratou o tecido produtivo nacional, que engordou o sector público para melhor assegurar reeleições, que deu um impulso aos atentados à educação.

O grande derrotado foi o alegre Manuel de Argel, outro vende-pátrias, o poeta da traição, o socialista iconoclasta que nunca abdicou dos seus privilégios de deputado supostamente não-alinhado com a sua bancada.

Outro suposto não-alinhado, ex-mandatário do BE, portanto profundamente capacitado para evoluir neste podre regime, foi a “surpresa” – aquelas surpresas a que este pobre país vai tendo direito. Que saudades da “divina surpresa” de que falava Maurras…

Não podia faltar o candidato do PC, o partido internacionalista (entenda-se: subserviente de Moscovo) que, com o desmoronar da URSS, se descobriu uma “alternativa patriótica e de esquerda”. Adiante…

Outra “surpresa”, a boa votação do candidato que arvorou no parlamento “maderense” uma bandeira no mínimo iconoclasta – a contrario sensu, já se vê, que a iconoclastia neste regime é tudo menos isso mesmo!

Valerá a pena falar do candidato não oficial do partido no poder, partido esse  que teve que gramar um candidato oficial que não pretendia?…

Para apimentar ainda mais este indigestíssimo prato tivemos a comédia dos números do cartão de eleitor que desapareceram para os preclaros portugueses que, simplexamente, optaram por aderir ao cartão do cidadão – esse mesmo, o cidadão que em França se canta que devia pegar em armas… Mas não nestes democráticos tempos, que – voltando a Maurras – a república (em particular este regime) governa mal mas defende-se bem.

Há umas décadas atrás este cenário pareceria cataclísmico (expressão ontem utilizada pelo inefável Sarkozy ao evocar o que sucederia se o euro desaparecesse!), hoje, que nele estamos imersos, parece uma trágica piada de mau gosto.

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Quatro anos

Posted by atrida em Sexta-feira, Janeiro 21, 2011

Pois é, já lá vão quatro anos desde que surgiu um blogue único, o Eternas Saudades do Futuro. Se ainda o não conhecem, passem por lá.
Entretanto, recordo e reitero o que sobre ele escrevi a meio da viagem do blogue, ou seja, há dois anos: Parabéns, João.

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E agora, FN?

Posted by atrida em Segunda-feira, Janeiro 17, 2011

Pela primeira vez na sua história de quase quatro décadas o Front National mudou de líder! E foi uma sucessão quase dinástica, com Marine a suceder a Jean-Marie Le Pen, seu pai.

Muito se tem discutido sobre o novo rumo que o FN liderado por Marine poderá ter. O seu discurso nuanceado, menos agressivo no que diz respeito à imigração, mas igualmente combativo face ao Islão tem deliciado uma certa intelligentsia judaica, ao passo que esta postura mais “moderna”, menos ideológica e mais “tolerante” tem granjeado muitas simpatias junto dos eleitores da UMP. E quem sabe mesmo se mais à esquerda, se considerarmos a forma infeliz como Marine parece ter abdicado de condenar a lei Weil que liberalizou o aborto na primeira metade da década de setenta.

Bruno Gollnisch, o candidato derrotado, encarna uma maior firmeza ideológica (ou, para ser mais exacto, alguma ideologia!) e, porque não dizê-lo, a coragem de quem não actualiza o discurso para ganhar as boas graças do sistema e granjear mais popularidade. Não seria candidato para entrar em alianças eleitorais com a UMP e tal simboliza o paradoxo da chamada extrema-direita: ou manter-se fiel às suas convicções, custe o que custar, ou encetar uma mudança de discurso e, inevitavelmente, transformar-se em mais uma peça da engrenagem do sistema. Algo que Marine Le Pen, tudo o indica, se prepara para assumir.

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Ainda há portugueses?

Posted by atrida em Terça-feira, Janeiro 11, 2011

Uma questão recorrentemente abordada por quem ainda sonha ver Portugal reencontrar já não digo a glória de antanho mas ao menos a dignidade de uma Nação independente prende-se com o carácter dos portugueses. “No dia em que os portugueses…”, “quando os portugueses estiverem à altura dos seus antepassados…” e outras fórmulas semelhantes denotam a esperança em que saibamos um dia voltar a ter um comportamento enquanto povo digno do nosso passado.

Sem querer ser catastrofista: será isto ainda possível? Esquecendo por agora os constrangimentos derivados da nossa imersão na união soviética europeia e do descalabro financeiro que sofremos na pele, será que “os portugueses” de hoje têm algo em comum com os que honraram o nome Portugal?

A meu ver, muito pouco. Os “etnicistas” dirão logo que somos a continuação do sangue dos nossos antepassados e como tal tudo é possível. Pode-se discutir esta questão ad eternum, sem conclusões claras. Para mim, de pouco vale “o sangue” se o carácter de um povo está corrompido, degradado, decadente. Da mesma forma, haverá muitos povos por esse mundo fora que sentem Portugal (que os abandonou) mais intensamente que muitos portugueses.

Não se trata aqui de defender qualquer política de miscigenação, que só faz as delícias dos mundialistas que sonham com a liquidação das nações. Trata-se apenas de constatar que critérios biológicos de pouco ou nada servem para assegurar a continuidade de uma Nação. O que é importante é assegurar a nobreza do povo, elevar o seu nível cultural, fazê-lo exaltar as glórias passadas, percebendo os sacrifícios por que foi necessário passar e anelando nele outras aspirações maiores que ter dinheiro para estourar no shopping.

Esperar que uma “reserva índia” resolva os problemas do nosso futuro como Nação é um logro.

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República

Posted by atrida em Segunda-feira, Janeiro 10, 2011

Os anos, as décadas, vão passando mas cada vez soam mais verdadeiras as palavras de Charles Maurras: “a república governa mal mas defende-se bem”. O espectáculo dado pelos candidatos à chefia de Estado deste pobre país só o confirma.

Até quando?

*****
Leituras recomendadas:

República – o espectáculo não pode parar

A Monarquia de pés de barro

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Cinquenta anos de uma obra-prima

Posted by atrida em Sábado, Janeiro 8, 2011

Nord : Collection Folio, 1988.Em 1960 Céline publicava “Nord”, segunda parte da que viria a ser conhecida como a “trilogia alemã”, retrato apocalíptico do fim do III Reich. É uma obra em que os desastres que sucedem a toda a volta, e em particular ao escritor, sua mulher Lili, ao amigo Le Vigan (e ao gato Bébert!), são retratados com um sentido de humor fantástico, tornando-se a leitura um exercício extraordinário de sensações tanto trágicas como cómicas.

Aquilo a que poderíamos chamar a “banda sonora imaginária” da obra mais não é que o som das bombas que caem sobre Berlim em quase permanência. A sensação física é do estrondo que aquelas provocam. A sensação visual são as ruínas da cidade (na parte inicial da obra) e as extensões infindas das desoladoras planícies de leste.

As figuras humanas são, como sempre em Céline, uma amálgama de gente procurando sobreviver, de mesquinhezes, de procedimentos sórdidos e de um lampejo ou outro de humanidade e daquela nobreza de carácter que rareia habitualmente e mais ainda em momentos de catástrofe. O sentimento persecutório que persegue o escritor maldito está ao rubro, com meio mundo a desejar o seu massacre…

A grandiosidade desta obra está na forma original como retrata o fim de uma civilização, simbolizado pela figura nobre da velha alemã que trava amizade com Lili e a quem permite dançar ballet no seu quarto situado numa torre…

Esta obra grandiosa tem uma edição bem recente em português, da Ulisseia.

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Censura literária contemporânea

Posted by atrida em Sexta-feira, Janeiro 7, 2011

Uma nova edição de “As Aventuras de Huckleberry Finn” censura o termo “nigger” pelo sentido pejorativo que contém. Mais um exemplo da estupidez contemporânea e do politicamente correcto, censurando-se uma obra que até condena a escravatura! Também significativo é o facto de a imprensa americana (como aqui) não escrever a palavra, designando-a simplesmente como “palavra N” (ou seja, palavra começada pela letra N).

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De regresso…

Posted by atrida em Sexta-feira, Janeiro 7, 2011

Não sei por quanto tempo mas, por ora, estou de regresso às lides…

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A longínqua Restauração

Posted by atrida em Quarta-feira, Dezembro 16, 2009

Definitivamente não existem condições para manter em actividade este blogue, um problema que de resto se faz sentir desde os tempos do “Horizonte”. Desta forma, este é o último postal que escrevo no “Odisseia”, projecto que não tem mais razão de ser. Ficam felizmente em actividade muitos bons blogues, cujas ligações à direita muito se recomendam.

Continuarei colaborando com outros projectos, nomeadamente com o recomendável Boletim Evoliano. Neste fim definitivo poupo os meus fiéis leitores a apelos de continuidade, fechando, pela primeira e única vez em sessenta e dois meses de blogosfera, as caixas de comentários.

Procurei dar o meu modesto contributo para que a ideia de independência nacional não fosse encarada pelos coevos como uma bizarria de saudosistas. Se se perde o orgulho pátrio, está escancarado o caminho para a servidão, objectivo último da modernidade. Esse esforço, quiçá inglório, pode e deve continuar noutros projectos, como já referi.

Por isso, este é apenas um até breve.

Viva Portugal!

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Sócrates e Chávez

Posted by atrida em Quinta-feira, Dezembro 10, 2009

Há mais semelhanças entre Chavez e Sócrates do que à primeira vista possa parecer. Ambos estão agarrados ao poder. Ambos recorrem a meios obscuros para reforçar o seu poder. Ambos têm uma retórica de esquerda.

Chavez quer instituir uma república “popular” à maneira de Cuba (controlo das opiniões, controlo da economia, esmagamento das oposições), Sócrates apenas quer manter-se no poder o maior tempo possível. Mas isso implica partilhar alguns objectivos: precisamente o controlo da opinião e o controlo da economia. Por via destes, o esmagamento (ou estiolar) das oposições será uma consequência teoricamente alcançável.

O controlo da economia por parte de Sócrates passa nomeadamente pela pressão sobre as empresas de construção e sobre a banca. Aquelas, interessadas nas adjudicações milionárias, tendem a ser generosas nas contribuições para as campanhas políticas (e muitas vezes para as contas bancárias de alguns dirigentes), na expectativa / certeza da atribuição de alguns trabalhos às suas empresas. Já a banca passou a estar sob um controlo político só visto no pós 11 de Março de 1975: os homens de mão do PS estão na CGD; o Millennium BCP, com a entrada de Armando Vara após a denúncia (não inocente) dos escândalos com os off-shores, também anda a reboque do partido no poder. Assim, pouco ou nada se decide no maior banco público e no maior banco privado sem o aval do PS.

O controlo da opinião passou pelo controlo dos órgãos de comunicação social. E aqui os exemplos são gritantes: para além do escândalo da suspensão do Jornal Nacional da TVI (com o beneplácito hipócrita da socialista Prisa), temos o controlo do grupo de Joaquim Oliveira: DN, JN, 24 horas, TSF… O grupo do irmão do ex-seleccionador nacional (que esteve, como o próprio reconheceu “off the record”, envolvido no maior escândalo do futebol português: o caso N’Dinga), passando por dificuldades financeiras, viu as mesmas aliviadas por meio de um empréstimo de 300 mil euros. O banco “caridoso”: o Millennium BCP. O seu responsável pelas decisões de atribuição de empréstimos: Armando Vara. E assim se percebe facilmente a verdadeira subserviência dos órgãos de comunicação citados perante o governo, com destaque para o degradante DN, actualmente um verdadeiro cãozinho ao serviço do dono Sócrates, sem qualquer pudor. Ou para o 24 horas, que negou o seu pendor sensacionalista no que se refere ao caso Casa Pia. Porque será?

Podíamos também falar na domesticação do Diário Económico, da simpatia do grupo de Balsemão por Sócrates, da recente substituição do incómodo director do Público. Etc. Cabe aqui um louvor ao director do Sol, que denunciou uma manobra do PS para aliviar os problemas económicos do semanário de José António Saraiva. O “troco”: o abandono das investigações sobre o caso Freeport. E a atitude dúbia da AACS mostra a força do PS.

Não poderíamos deixar de falar na “justiça”. E se Chavez tem tido problemas em domá-la, só não se pode dizer o oposto de Sócrates porque o primeiro ministro está envolvido numa nebulosa de casos interminável, vindo à tona com a divulgação de novos escândalos. Porque a pusilanimidade do PGR e do presidente do STJ, bem como a postura protectora de PS e de Sócrates mostrada pelo inenarrável Marinho Pinto, mostram que os “almoços da justiça”, promovidos pelo anterior ministro da tutela envolvendo estas três figuras, terão sido bem proveitosos para o PS. Mas nada para a Justiça e para o país.

Mas isso são considerandos que não interessam ao poder. Aqui como na Venezuela.

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